Resultado do PIB deve decepcionar novamente
Após a decepção no final do ano passado, os dados do PIB a serem divulgados nesta quinta-feira, 30, evidenciarão uma economia sem reação.
Elementos estruturais e conjunturais explicam a fraca atividade econômica. Em um contexto já marcado pela necessidade de redução dos gastos públicos, o país defronta eventos na economia mundial e doméstica que impedem reação mais rápida.
Desaceleração da economia mundial e crise na Argentina nos afetam diretamente pelo canal do comércio. No front doméstico, além dos efeitos da tragédia de Brumadinho para a indústria extrativa, sobressai o aumento das incertezas relacionadas ao novo governo e ao andamento da agenda de reformas.
Nesta quinta, na minha estimativa, o IBGE deve anunciar uma queda no PIB, de 0,1%, na comparação com o quarto trimestre de 2018, em termos dessazonalizados, e alta de 0,5% na variação anual. Em grandes linhas, segundo a ótica da oferta, espera-se resultado negativo da indústria, que refletirá a retração na atividade da construção civil, extrativa e indústria da transformação. O PIB agropecuário também deve ser mostrar queda nesta métrica, o que será amenizado pelo crescimento, ainda modesto dos serviços. Do lado da demanda, a expansão do consumo das famílias impedirá comportamento ainda pior do PIB, dado que os investimentos devem registrar queda importante em conjunto com as rubricas gastos do governo e exportações.
Em suma, a economia terá mais um ano de baixo crescimento, próximo ao observado em 2017 e 2018.