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24 de jun de 2018 , 17h20

Marina tem boa ideia sobre nomeações para cargos públicos

A pré-candidata à Presidência da República, Marina Silva (REDE), participa de fórum em São Paulo (SP) - 27/04/2018 (Nacho Doce/Reuters)

Em entrevista na Folha de S. Paulo de hoje, Marina Silva defendeu, caso seja eleita, a constituição de uma “banca de seleção” incumbida de escolher indicados para ocupar postos estratégicos na administração federal. Funcionários de carreira terão prioridade em ministérios, estatais e agências de regulação.

A proposta ataca uma das principais deficiências do serviço público brasileiro, que tem 25.000 cargos de indicação política apenas no governo federal. Se considerados os estados e municípios, a conta passa facilmente dos 50.000. Além disso, a escolha costuma frequentemente recair em pessoas sem as qualificações para o exercício dos cargos.

Além das ineficiências que daí decorrem, ressalta a descontinuidade, que é uma das fontes de desperdício de tempo, talentos e recursos. A dança frequente das cadeiras, mesmo que ocupadas por pessoas competentes, gera alteração de programas, metas e processos. Servidores de carreira são desestimulados por terem que lidar com ordens (ou a falta delas) oriundas de pessoas despreparadas para liderá-los.

Marina precisaria explicitar a “prioridade” para funcionários de carreira. Mesmo os que condenam o atual método de escolha acham que caberia reservar os cargos exclusivamente para servidores de carreira. Seria consertar um erro com outro. Isso criaria feudos e inibiria a participação de especialistas de fora, os quais, se bem selecionados, podem contribuir para oxigenar o ambiente e para inovar métodos e processos.

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